segunda-feira, 29 de março de 2010

Manipulado

Me diga o que você quer de mim, o que você espera, só não fica me olhando assim. Vai, fala, coloca pra fora, pode falar o quanto você me despreza, eu sei que você descobriu que era tudo mentira, que nada do que eu te falei era verdade, vai, eu to esperando para ser apedrejada! Quando são vocês que mentem, nós não passamos de tontas, quando somos nós que mentimos, nos tornamos a pior raça de víboras manipuladoras! Eu não ligo, pode começar com o seu discurso, eu estava esperando por ele, você foi só mais um, alguém pra passar o tempo, pra falar algumas coisas que eu não tinha pra quem falar, você nunca foi especial, nem importante, nem indispensável, você foi só mais um. Pode começar a me aplaudir de pé, você caiu direitinho no meu teatro, acreditou perfeitamente que eu tinha algum tipo de consideração por você... Confesso que um dia eu até tive, mas você jogou tudo fora sem se importar comigo, você usava as minhas falas com outras sabe lá quantas meninas, e agora vem todo revoltadinho falar que eu não podia ter feito isso com você? Me poupe das suas lamentações e joga logo essas pedras em mim, elas vão tocar meu corpo como pétalas, pois eu não me arrependo de só ter usado você. Aliás, eu me senti o homem da situação, e isso foi muito bom, vocês são todos assim, manipulam, mentem, prometem o céu, comem e somem! Dessa vez só trocamos de papel meu amor, você só curou a minha carência por um tempo, você só serviu para colocar a minha auto-estima lá em cima, nada além disso.
Mas não serei hipócrita em dizer que eu nunca senti nada por você, eu senti prazer, prazer em te ter nas minhas mãos feito uma massinha de modelar, você sempre fazia o que eu queria, e tenho que falar, é muito fácil manipular você... E olha que você chegou a acreditar que eu estava apaixonada, tolinho!

terça-feira, 16 de março de 2010

preciso

Preciso de alguém pra amar, pra beijar, pra encher de carinho. Preciso de alguém pra chamar de meu, pra pedir em casamento, pra dançar na chuva e beijar no vento. Quero alguém pra abraçar sem ter motivo, pra fazer massagem quando for preciso, pra dizer 'eu te amo' com toda verdade que há nisso. Preciso de alguém que goste de dormir abraçado, que goste de andar de mãos dadas e que curta Beatles. Alguém que não ligue pro meu ciume retardado, que goste que receber os meus cuidados e reconheça a minha TPM sem nenhum recado. Preciso de alguém para amar todos os dias desde a hora que eu for dormir, até o acordar.

nada.

Estou a meia hora pensando no que escrever, em que sentimento me concentrar, em que fato da minha vida tornar história. E nada me veio à mente a não ser a 'falta' de sentimentos.
E quando os sentimentos acabam, sobre o que se escreve? sobre nada?
Talvez eu devesse escrever sobre o sono, ele é o único que está presente aqui comigo no momento. Mas sono? o que eu vou escrever sobre ele? Que é a melhor parte do meu dia? É, pode ser, as vezes dormir é a melhor coisa a se fazer, eu no caso, levo isso ao pé da letra... Se pudesse, dormiria o dia inteiro.
Mas isso lá é texto que se apresente? Sobre a minha vontade de dormir? Pelo amor de Deus vida, você ta boa demais e monótona demais também.
Sempre a mesma coisa, faculdade, amigos, cerveja, internet, rolinhos, risadas. Quando a esmola é demais, o santo desconfia! O que ta acontecendo vida? esqueceu de me dar alguma emoção? As coisas comigo nunca são tão fáceis assim, o que ta acontecendo com você? Velha aos 17 anos de idade ninguém merece né! To começando a me cansar dessa vida boa demais... E olha que era tudo que eu sempre quis, mas como toda mulher, quando consigo o que eu quero, perde a graça, quero outra coisa, mais nova, mais fashion, mas cheia de emoções!! Chega dessa vida boa demais, quero uma vida boa de menos, com poucos problemas, e muitos amores! Essa vida sem sentimento nenhum, não é e nunca vai ser pra mim.

domingo, 14 de março de 2010

Abstrato.

Eu sinceramente nunca entendi o que há entre a gente.
Não é amor - pelo menos não daqueles convencionais -, mas também não é só amizade, de jeito nenhum seria SÓ isso, paixão também não nos define.
A única coisa que eu sei de nós, é essa saudade constante, vontade de estar perto, seja para brigar ou pra te encher de beijinho.
Sempre somos muito francos um com o outro, mas jamais comentamos sobre os nossos 'rolos' avulsos. Você me enche de vergonha quando começa a falar aquelas coisas bonitinhas pra mim, e pra eu não ficar sem graça, acabo fazendo a mesma coisa com você, o que não adianta muito, porque eu nunca sei continuar o assunto.
Odeio quando você é grosso comigo - com ou sem motivo -, mas o que me irrita mesmo, é que eu sempre prometo para mim mesma que não vou falar com você, e sempre quebro a minha promessa. Mas eu adoro quando você fala pra eu ficar, quando combinamos de ir dormir juntos - mesmo que isso nunca aconteça. Chega a ser bizarro o modo como eu penso em você, e os momentos que eu sinto a sua falta. Do mesmo jeito que chega a ser inconveniente quando você aparece de surpresa e eu não sei o que fazer.
Quando a gente briga, eu fico completamente irritada, mas se a gente não briga, eu fico entediada.
Gosto de como você puxa o meu braço quando eu faço charme, o seu abraço deixa a minha coluna em uma ordem deliciosa, adoro colocar a minha mão sobre a sua e ver como a sua mão é incrivelmente maior que a minha, e quando você está perto o suficiente pra eu sentir seu cheiro, ele se torna o meu aroma preferido.
Todavia, eu sei que nós não vamos nos casar e você não vai ser o pai dos meus filhos. Eu não sei o que vai acontecer quando eu encontrar alguém que eu ame de verdade, pois, por mais que entre nós não haja esse amor de tanto falamos, há algum sentimento indefinido que não tira você de mim, nem eu de você. Talvez um dia isso acabe, a gente pare de se falar, mas mesmo que o mundo de voltas, eu duvido que um dia qualquer um de nós esqueça o que um significou pro outro, mesmo que não haja um significado concreto.

segunda-feira, 1 de março de 2010

14 anos

Seu olhos eram como um mar em ressaca, violentos, altos, intocáveis. Sua voz era como o trovejar em uma tempestade, forte, impetuosa, implacável. Seu andar tinha firmeza como o de um soldado, e a malemolencia de um malandro.
Nada combinava com a sua realidade, tinha apenas 14 anos, e se portava como um homem. Não era preciso perguntar o que o tornara assim, a rua exclamava seu nome como uma mãe, e a solidão o envolvia como o abraço de um pai.
Era órfão desde os 5 anos, aprendeu a se virar sozinho, conheceu o pior das pessoas, viveu por instinto. Sua mãe - a rua -, lhe ensinou a não ter sentimentos, e o seu pai - a solidão - lhe fez acreditar que ele não tinha nada a perder. Sendo assim, seus melhores amigos sempre foram o medo e a morte.
Pegou numa arma pela primeira vez aos 7 anos, desde então nunca mais a largou. Aos 12 já podia dar aula de bandidagem.
Já matou mais de cem, já se drogou, prostituiu, roubou, chorou e sorriu. A sua inocência morreu junto com seus pais biológicos, e a sua infância nunca chegou a acontecer.
Hoje querem o levar para o reformatório, como se fosse resolver, sua revolta com o mundo sempre esteve em primeiro lugar, como era de se esperar.
De que adianta torna-los o pior que podem ser, e depois quererem mudar só para cumprir o dever? A vida segue rumos que medidas imediatas não conseguem mudar o seu caminho.