sexta-feira, 26 de junho de 2009

Embriagada de amor.

Nunca me senti tão próxima de Deus como hoje, como se em um passe de mágica, entendesse o sentindo da frase "me constranger com o teu amor".
Confesso ter estado demasiadamente distante Dele por um tempo, vivendo uma vida, que sim, foi necessária que eu vivesse. Ele sabia disso o tempo todo.
Mas hoje eu pude notar um mísero exemplo do seu amor, algo contaminante, preenchedor, que se transformaram em lágrimas rolando minha face, pois nada faria sentido dizer.
Um amor tão grande, tão puro, que não tem expectativas, que não se decepciona, que ama por amar, que é vivo, auto suficiente e real. Um amor no qual já havia falado, porém, jamais sentido dessa maneira. Como seu eu pudesse toca-lo, mesmo estão em outra dimensão. Sentia como se Sarayu tivesse sentada ali comigo, fazendo cafuné em minha cabeça. Nada precisava ser dito, apenas sua presença foi o suficiente para me levar a um exastase jamais sentido.
Ainda me sinto embriagada dessa presença, de uma maneira tão magnifica, que não quero sair dessa embriagues jamais.
De uma forma diferentemente incrível, eu sei que passei a ver o mundo de outra forma, ver o relacionamento de outro jeito, ver o perdão por outra perspectiva. Agora sei que compreendo muito mais do mínimo possível de se compreender dessa divindade que se conhece por "Deus".
Sei que as perguntas que me atormentavam, tem respostas, completamente plausíveis e inimagináveis, sendo assim, deixaram de me atormentar.
Entender os acontecimentos do mundo, ficou mais fácil olhando pela visão de Deus, de maneira que deixei de julga-lo como de costume, e pude entender seus propósitos.
Talvez seja por esse entendimento, que eu tenha sentido o amor no qual sempre estive envolvida, e jamais pude perceber.
Um amor chamado Cristo.

sábado, 20 de junho de 2009

A resposta é : Culpa NOSSA!

Se Deus existe, Por que ele permite tanta dor e desgraça no mundo?

Eis a questão que tirou meu sono muitas vezes, nunca conseguia chegar a um senso comum.
Até que então, lendo um livro, percebi que a resposta sempre esteve na minha cara.
E ela é muito simples:

É por amor - calma, eu ainda não estou louca -, mas ele simplesmente nos ama de tal maneira, que criou um mundo incrível, para que habitássemos nele, ele nos DEU esse mundo, sem pedir nada em troca. Ele nunca mandou em nós, nunca decidiu por nós, nunca interferiu nas nossas decisões. Ele simplesmente nos ama, nos ama o suficiente para aceitar nossas escolhas, por pior que elas sejam, e por mais que o magoem, Ele aceita o que for, sem deixar de nos amar por um só minuto. Ele vê a morte de uma maneira diferente da qual vemos normalmente. E ao contrário do que pensamos, Ele não nos abandona, E não nos esquece. As vezes somos nós que não o enxergamos, mas nunca Ele que não está presente.
E devido a todo esse imensurável amor, ele permite - mesmo que com dor - que acabemos com o mundo que ele nos deixou, sem interferir (não que ele não tenha vontade). Deus apenas construi o que destruímos, tratando daqueles que permitem ser tratados.
Você ainda não entendeu né? É simples, ele não impõe sua vontade, ele nos deu o mundo, para que fizéssemos dele o que quiséssemos. Somos NÓS os autores das guerras, da fome, da dor... não Ele! Cabe a ele tentar nos mostrar o caminho certo, aliás, ele já nos mostrou, nós que não seguimos.
Então paaaaare de culpar Deus de todas as coisas, somos nós os grandes culpados, e já chegou a hora de entendermos isso! Tudo que vivemos é consequência do que escolhemos, e do que somos. É claro que não é nossa culpa o fato de um irmão, pai, mãe, amigo... ter morrido assassinado, ou em um acidente, ou de qualquer outra forma inevitável. Mas entenda, que a culpa não é de Deus também, ele não pode controlar as nossas atitudes, nem as das outras pessoas, a independência é uma faca de dois cumes, o que cabe a um, cabe a todos. Todavia, se isso servir de algum conforto, pode ter certeza que Ele estava lá, com quem quer que fosse, até o ultimo minuto, sentindo sua dor, e amenizando o seu terror. Cristo é fiel a nós, por mais que não sejamos a ele.
Basta você confiar nele, que você vai passar a ver tudo de outra forma. O que parece o fim para nós, para ele é apenas o começo.
Se o mundo tá como está, é por que não soubemos cuidar dele, só o usamos, sem pensar nas consequências, mas relaxa, como eu já disse, o que aos nossos olhos é o fim, não passa de um começo. Apenas conecte-se com Deus, e o resto, deixa que Ele irá fazer.

sábado, 6 de junho de 2009

Período.

Nunca pensei que crescer fosse tão difícil assim. Meu sonho desde pequena é ir embora, e quando isso está prestes a acontecer, tudo que eu mais quero é ficar. O medo tem tomado conta dos meus dias, me apavoro só de pensar. Faculdade, vestibular, outra cidade, outra vida para enfrentar. É estranho pensar que em alguns meses, vou virar o que a sociedade chama de 'gente grande'.
Eu sei que tenho mais opções, que posso continuar morando com a minha família, que tudo pode ser diferente, mas se eu escolher desse outro jeito, não seria eu.
A minha vida sempre foi traçada por meio dos meus sonhos e suas realizações, não vai ser agora que eu iria desistir. Mas confesso ser o sonho mais medonho que eu irei realizar. Em pensar que não terei mais minha mãe para me socorrer quando estiver doente, me abraçar quando eu estiver com medo, ou simplesmente me ouvir quando estiver chorando, nossa, isso é realmente apavorante.
Ultimamente isso é tudo em que eu tenho pensado, talvez seja isso que tem roubado meu sono, seja isso que tem me segurado em casa. Eu sinceramente não sei o que está acontecendo comigo, mas não me encontro mais dentro de mim. Não tenho mais vontade para sair, dar risada, me divertir. Minha única vontade é de permanecer em casa, lendo algum livro, vendo algum filme, falando com poucos amigos. Me fechei em um mundo de ficção, de imaginação, onde meu único interesse é permanecer nele, no meu mundo de leitura, de sentimentos que não são meus. Até por que, eu mesma, não tenho sentido mais nada. Uso de meus pensamentos para ajudar os outros, fico feliz com a felicidade alheia, fico triste com a tristeza alheia, mas nada, nada mais vem de mim.
Não sei até onde meus medos têm intervido na minha vida, só sei que não sou mais a mesma. Meu ânimo se foi por completo, meu romantismo é vivido através de livros, meus sorrisos são todos para fotos, do quarto à sala, da sala para cozinha, este é o único passeio que tenho feito. Minhas motivações são poucas, minhas vontades menores ainda. Há algo errado comigo, e eu não sei o que fazer para mudar isso, não sei ao menos se quero mudar.
Quando penso em sair de casa, parece que meu estômago começa a se revirar, sinto quase como uma vertigem, não intendo mais o que está acontecendo, eu sei que isso não sou eu.
Tenho vivido sensível demais, chorar tem se tornado normal, e olha que eu odeio isso. Meu humor tem variado a cada minuto, como se fosse um círculo a seguir, porém ele sempre acaba com a mesma desorientação em forma de medo.
Tenho sentido falta dos meus sentimentos, da minha cabeça nas nuvens, de me apaixonar, de sonhar com meu casamento com alguém que nem ao menos me conhece, de sentir meu coração acelerar quando 'aquela' pessoa está por perto, de escrever textos de amor usando apenas meu coração, e não o coração de outra pessoa.
Como eu já disse, não tenho tido mais sentimentos, tenho os vivido por meio do que leio e vejo. Não sei ao certo se isso está me fazendo bem ou mal, não tenho conseguido me entender com a mesma clareza que sempre me entendi. Hoje em dia meu único sentimento que é vivido de verdade, é a amizade, e ele só se manifesta com poucos, só alguns conseguem me fazer despertar, só alguns eu me lembro de amar. Tenho me sentido como um robô, se precisar sorrir, eu sei sorrir, se precisar falar, eu sei falar, se precisar cantar eu sei cantar, só não me peça para sentir, pois creio que desaprendi. Não vejo mais graça nas coisas, não vejo mais alegria em passar uma noite em claro, não me sinto mais ansiosa para ir em uma festa cheia de garotos. Não estou acostumada a ficar sem sentimentos, pois em mim, eles sempre foram muito intensos. Talvez eu tenha cansado de desperdiça-los com futilidades, talvez eu esteja esperando alguma coisa mais forte, talvez eu espere algo além da realidade. Sem nenhuma certeza, vou seguindo minha vida com frieza.
A única coisa boa que esse período tem me feito, é que passei a entender melhor algumas poesias, só agora eu compreendi por que é preciso um pouco de tristeza para se fazer um samba com beleza.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Até que a morte nos separe.

Meus olhos estão fechados, ansiedade para decolar, a viagem dos sonhos está começando, não consigo ao menos acreditar. Minha lua de mel vai ser perfeita, estamos indo para Paris, a cidade luz! quer coisa mais romântica que isso?
O avião está saindo do lugar, eu e meu, enfim, marido estamos de mãos dadas, ele está tão tranquilo, e eu aqui toda agitada! Mas, que mulher em meu lugar não ficaria assim?
Ele fica me olhando com olhos de reprovação, melhor eu me controlar.
Já estamos sobrevoando o Rio de Janeiro, adeus cidade maravilhosa!
Estamos no ar a um tempo já, está tudo escuro la fora, ele me envolve com seus braços acolhedores, não a nada mais aconchegante do que apoiar minha cabeça em seu ombro, desde o começo do nosso namoro era assim, em todas as viagens ou momentos importantes ele me envolve com seu braço, me transmitindo segurança, ele faz com que eu sinta que nada pode me atingir. Mal posso acreditar que ele será meu para o resto da minha vida, até que a morte nos separe.
O capitão põe se a falar agora, segundo ele, estamos sobrevoando Fernando de Noronha, não é lindo isso? Até mesmo a nossa viagem passa por lugares românticos!

Acho que estamos passando por uma tubulação, o avião está se mexendo muito, todos estão começando a entrar em pânico, as pessoas começaram a gritar, isso não é normal, máscaras de oxigénio despencaram à nossa frente, olhei pra ele assustada, ele não parece estar entendendo nada, colocou a máscara em mim, e em seguida nele próprio, estou com medo, alguma coisa está acontecendo e eu não sei o que é, o capitão pede para apertarmos o sinto, e mantermos a calma, estamos passando por uma tempestade.
Mas não é isso que está me amedrontando, o que me assusta é o meu marido, ele não está tranquilo, seus olhos estão de um jeito diferente, ele acaba de tirar a máscara de oxigénio.
- Querida, eu te amo muito ok? Promete que não vai se esquecer disso? Você é a mulher da minha vida, vou te amar até mesmo após a morte, independente de tudo, você é o resumo do que eu sempre quis, cada segundo ao seu lado, foi completamente importante para mim. - ele tirou uma caixa se seu bolso, uma caixa pequena, aveludada, de um tom azul marinho - Eu ia guardar para quando chegássemos em Paris, mas acho melhor te dar agora. - Ele abriu a caixa, tirou um anel com o maior diamante que eu já havia visto na vida, este anel era de ouro branco, havia sido de sua bisavó, agora ele me entregava, nele estava gravado nossos nomes, era a coisa mais linda que havia no mundo - Este anel está na minha família a gerações, ele agora pertence a você, o maior amor da minha vida, espero que você entenda, que eu te amo mais do que a mim mesmo.
Não entendi o porque daquilo, nós já havíamos passado por tempestades antes, ele estava me assustando.
Então ele se levantou de onde estávamos, foi até o corredor, e começou a distribuir coletes para-quedas a todos passageiros, principalmente para os mais novos, porém não havia colete para todos, ele colocou um em mim, um diferente do que ele havia distribuído, ele era maior do que o dos outros, e ficou sem nada, eu não conseguia entender o que ele estava fazendo, enquanto colocava o para-quedas em mim, amarrando todas as cordas corretamente, ele colocava também um colete salva-vidas, eu olhava para ele sem entender nada, pedindo explicação com os olhos, sua única resposta foi quando me olhou, e disse que me amava. Ele me deixou só novamente, foi falar com o piloto, eu não era capaz de entender o que ele estava fazendo, as pessoas ao meu lado estavam assustadas, uns rezavam, outros choravam, e uma senhora em particular, dormia, dormia como se nada estivesse acontecendo. Talvez ela estivesse confiante que era só uma tempestade, que já iria passar... Ou talvez fosse louca, não sei ao certo.
Roberto finalmente voltara da cabine do capitão, seu semblante era o pior que eu já vira, seus olhos transmitiam tristeza e dor, de um jeito que eu jamais tinha visto antes. Ele sentou-se ao meu lado, quebrou o braço da poltrona que nos separava, e me abraçou, de um jeito que parecia que seria o nosso ultimo abraço. Eu não tinha forças para falar nada, estava com medo demais de sua reação, isso quase me impedia de respirar, ele nunca havia ficado daquele estado. Ele pegara uma corda de sua máscara de oxigénio e amarrava a corda em um dos lugares disponíveis do para-quedas, eu estava cada vez com mais medo, não parava de chorar. Ele não parava de me beijar, e sussurrar ao meu ouvido que me amava, ele repetira milhões de vezes o quanto eu o fazia feliz, e o quanto ele me queria com ele, ele falava ao meu ouvido tudo que eu sempre quisera ouvir, ele me contava todos os seus segredos, revelou todos os seus sentimentos, disse me até, o que sentira em nosso primeiro beijo, eu estava feliz por ouvir tudo que eu sempre pedia para ele me dizer, e assustada pelo momento em que ele me dizia aquilo. Eu percebi que ele tentava me tranquilizar, estava conseguindo, pois nunca ouvira de sua boca tantas coisas bonitas, me maravilhei com aquele momento. Foram os 5 minutos mais complexos, lindos e intensos da minha vida. De repente ele se calou, segurou meu rosto em suas mãos, olhou em meus olhos, e me beijou com força, intensidade, doçura e vontade. Foi sem a menor dúvida, o nosso melhor beijo.
Sem aviso algum, um raio, com toda intensidade existente na natureza, caiu sobre nosso avião, foi tão rápido que não deu tempo nem de as pessoas gritarem, agora eu entendia a aflição de Rob, ele sabia o que ia acontecer, ele havia tido mais um de seus pressentimentos, só que dessa vez, havia sido tarde demais. Ele tentara salvar a todos, mas dessa vez, não tinha sido possível.
O avião se partira devido a força do raio, estávamos caindo de uma atura imensurável, meus pensamentos se perdiam diante de tudo, o vento era tudo que existia naquele momento. Ele estava caindo ao meu lado, tentei puxa-lo para meu peito, - nunca fiquei tão feliz por ter feito aquele curso de para quedismo - consegui fazer com que ele ficasse na posição correta, estávamos caindo rápido demais, eu o abraçava forte, não podia ficar sem ele. Ele puxara a corda para soltar o para-quedas, ao perceber a sua intenção, eu o abracei com a força que existia ou não existia dentro de mim. O tranco foi muito forte, mas não o suficiente para eu o soltar, ambos estávamos conscientes, sendo assim, ele abrira seus braços pelo vão dos meus, e controlava o para-quedas.
Era horrível a cena que víamos das pessoas e dos destroços caindo.
De repente, um pedaço do avião, uma poltrona ou alguma outra parte dele, nos atingiu por cima, a pancada foi tão forte, que me fez vacilar, acabei o soltando no ar.
Eu não via mais nada, não sentia mais nada, eu não existia mais.
E como nos nossos votos de amor, até que a morte nos separe.
Mais cedo do que eu imaginava, ela nos separou.