quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Passado, Presente, Futuro, PRESENTE.

19 de Dezembro, de 1950. Abri os olhos, dei de cara com aquele tempo fechado, parecia que o céu iria cair sobre mim, resolvi levantar-me da grama, já estava lá à um bom tempo. Porém, algo me prendia à aquele lugar, uma força diferente, que me fez querer chorar, uma angústia tão forte que sentia meu coração se apertar, percebi que tinha que sair daquele lugar, mas o céu continuava a me chamar, resolvi atender seu chamado, e começar o encarar, ele queria me dizer alguma coisa. Deitada na grama, olhando para o céu, comecei a sentir meu corpo se afundar, o mundo começava a me engolir, e o mais estranho, era que eu não tinha medo disso, comecei a ver guerras nucleares acontecendo, comecei a ver pessoas se destruindo por poder, conforme o mundo me engolia, eu via coisas que jamais pude imaginar antes, eram aviões rápidos de mais, computadores pequenos que comandavam tudo, carros poderosos, grandes prédios, muita riqueza. Todavia, fazendo um contraste com essa riqueza, haviam pessoas que não tinham onde morar, não tinham o que comer, e ninguém fazia nada por elas, a maioria delas, moravam em um lugar que chamavam de favela, e as pessoas com mais recursos, moravam em áreas nobres. Entretanto o que mais me impressionava, era que todas as pessoas ricas e poderosas, tinham atrás de si, alguma pessoa que morava na "favela", e toda essa desigualdade estava completamente interligada, não conseguia entender porque aquilo acontecia, como podia existir pessoas tão ricas, e outras, tão pobres. Enquanto eu via toda essa loucura acontecendo, questionei em voz alta, porque tudo aquilo acontecia, porque as pessoas só pensavam em destruir umas as outras, porque ninguém se ajudava, aonde estava o amor? a compaixão? a solidariedade? a HUMANIDADE? Derrepente tudo ficou preto, não conseguia enxergar mais nada, alguns sentimentos começaram a tomar conta de mim, o medo, a impossibilidade de agir, a angustia, eu não sabia o que estava de fato acontecendo, então senti uma gota cair do céu, olhei pra cima, e lá estava ele, com todas aquelas nuvens pretas, e carregado de água, ouvi dentro de mim, algo dizendo que ele queria chorar, chorar pela geração que havia de chegar, que iria terminar de destruir o que as gerações anteriores tinham começado, ele estava clamando pelo pouco tempo que tínhamos de tentar mudar alguma coisa, Deus pedia, para que nos amassemos mais, para que déssemos valor ao que tínhamos, e educássemos nossos filhos com muito amor, para que eles semeassem amor também. Porém quando contei essa história aos meus amigos e parentes, taxaram-me de louca, e hoje, em 2008, lamento por eles não terem me ouvido.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

corpo

A beleza está nos olhos,
o sorriso está nos lábios,
o carinho está no jeito,
o amor no abraço.

A vida está no cabelo,
a suavidade está nas mãos,
a corrida está nas pernas,
a vontade no coração.

A dedicação está na mente,
a força está nos braços,
a escolha no pescoço,
na medida dos teus atos.

O cheiro é a tua marca,
a alma é o que tu és,
a vida toda tua,
tu decide com seus pés.