sábado, 5 de junho de 2010

Beatles e Rolling Stones.

Noite de verão, calor, bebida, perdição. Mais uma festa, mais uma vez, mais e mais, um pouco de cada vez. Sem muita noção de espaço ou de tempo, ela dançava feito uma pipa contra o vento. Seus olhos fechados pareciam ver além da vida, além daquele momento, ela flutuava pelo gramado como se fizesse parte daquela brisa, como se fizesse parte de tudo. Ela se misturava como açúcar se mistura com a água, imperceptível para quem ver, indescritível para quem sente. E eu a sentia, o mundo a sentia, a vida a sentia de uma maneira única, de um jeito que jamais foi sentido. Ela não tinha vergonha e nem medo de ninguém. Se acabava com os Beatles e Rolling Stones, gritava como criança. Pra ela toda novidade era brindada como única, todo momento celebrado com um sorriso, ela era intocável, invisível, ninguém ousava se aproximar da sua luz. A maldiziam sempre que possível, ela sabia disso, e ria, mas ria tanto, que quase não cabia. Sua diversão era ver os outros com medo da sua liberdade, com medo da sua alegria.
Ela incomodava àqueles que não sabiam viver, que não sabiam ser livre, ela era odiada por aquelas que não suportavam seu desapego do mundo. Ela era sozinha, era única e singular, ela se bastava. O sol sorria pra ela todas as manhãs, e a lua a beijava.
Suas opiniões eram fortes, seu idealismo era concretizado, ela era só uma menina perdida dentro de tanta vontade, dentro de tanto prazer, ela só não sabia fazer nada além de ser livre pra fazer tudo. Ela queria mudar o mundo, queria salva-lo de nós. Ela acreditava nos outros, por mais que não acreditassem nela. Ela não olhava para traz. Ela errava. Ela vivia. Ela se arrependia. Ela mudava de acordo com as estações do ano, de acordo com os dias da sua vida, ela mudava por si, e por mais ninguém.
Ela vivia pra respirar, não respirava pra viver. A vida lhe devia as mil maravilhas, ela fazia da vida quatro mil regalias. Ela deslumbrava as estrelas, acalmava o mar e refrescava as árvores. De vez enquando ela sumia, se transformava em pó, e começava a voar.
Desde que o mundo existe, ela é feliz, desde que ela é feliz, o mundo existe. Ambos se completam como um quebra-cabeça. E se dizem que uma pessoa só não faz diferença, então ela era um continente inteiro, pois com um só sorriso, fazia o universo girar.
Era só uma noite de verão, quente, contente, cheia de gente, e ela continuava a dançar, dançar e dançar.

Um comentário:

  1. aprenda a se expressar com Fernanda.
    esse poderia ser o titulo do texto!
    HAUAHUAHUAHUAHUAHAUHAU :D

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