terça-feira, 26 de janeiro de 2010

imaginação aguçada.

Nem a chuva foi o suficiente para afastar aquele troxa de mim, ele continuava me seguindo. Parecia um idiota, gritando comigo na rua e eu agindo como se não o conhecesse, algumas pessoas não tem senso de ridículo.
Eu mal ouvia o que ele dizia, além da chuva forte, o meu ipod estava no máximo. Mas quando cheguei em casa foi inevitável, tive que ouvi-lo - acabou a bateria do ipode. Ainda assim, agia como se ele não existisse. Fui pro meu quarto, fechei a porta na cara dele, coloquei o pijama mais confortável e quente que eu tinha, desci para a cozinha, preparei meu chocolate quente, lavei a louça, liguei a televisão, e ele ainda estava atrás de mim, não calava a boca nunca aquela merda, até que eu cansei.
- Olha aqui menino, tudo bem que você acha que pode mandar na porcaria da minha vida, mas você não pode. Eu sou bem grandinha e capaz de decidir o que eu quero para mim, então faça-me o favor de calar essa sua boca enorme, e me deixar em paz. Eu.Não.Te.Aguento.Mais.

Se eu não estivesse com tanta raiva dele, por ele ter desligado o MEU telefone na cara da pessoa mais incrível do mundo, talvez eu tivesse me arrependido das minhas palavras, mas o ódio superou minha consciência da dor dele.
- Tudo bem, desculpa.
E lá se foi meu amigo exageradamente descontrolado, eu sei que deveria ter me sentido mal por ter praticamente expulsado ele da minha casa, mas não consegui, a paz da solidão falou mais alto que tudo, me afoguei no chocolate quente e aumentei o som da televisão, não pensei em mais nada. Quase tinha me esquecido de como pensar é cansativo.

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