quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Barcelona

Era só mais um dia comum, férias, curtição, calor, verão.
Todos reunidos numa mesa de bar, dando risada, conversando, cantando sem parar. Vivendo em um universo paralelo, onde o tempo não significa nada, onde somos imortais, onde não há espaço para olhar para traz.
Aqueles que estavam a nossa volta, pareciam pertencer ao mesmo universo, a sintonia era perfeita, indesejada, comum e esperada, ninguém parecia perceber que pertencíamos a outro espaço, até que aqueles olhos me fitaram.
Foi estranho de inicio, até por que, depois de algumas cervejas não conseguimos enxergar tudo com uma perfeita exatidão. Mas lá estavam, aqueles profundos olhos castanhos, olhando tão intensamente nos meus, que parecia que ele podia decifrar a minha alma, eu honestamente não estava esperando por aquilo, alguém parecia notar que estávamos flutuando e me puxou de volta a terra - minha mente entrou em órbita.
Era difícil desviar daquele olhar, era tão forte, tão profundo, e por mais que eles puxassem meus pés para o chão, eles insistiam em flutuar, era uma luta difícil, eu realmente não previa quem iria ganhar, até que ele - o dono dos olhos mais incríveis que já me fitaram - veio em nossa direção, e sentou-se conosco. Incrível, sua voz era de uma perfeição estranha, seu sorriso de uma beleza anormal, encantador, ele era completamente encantador. Eu mal conseguia tirar meus olhos do seu rosto, era o tipo de beleza que paralisa a mente, o tipo de beleza que nos tira da NOSSA órbita, e nos leva à ela.
Atrevo-me a dizer que foi a melhor noite da minha vida. Tudo nele combinava, lutava contra tudo que eu já tinha visto, não sei te dizer quem ganhou, não sei te dizer se toquei o chão ou se permaneci flutuando, só consigo me lembrar do seu olhar. Talvez eu tenha permanecido de cabeça-para-baixo, olhando-o de cima, de um jeito que meus pés tocavam o céu e meus olhos permaneciam no chão.
Provavelmente eu nunca mais irei vê-lo, mas certamente, não irei mais esquece-lo.

Um comentário: