sábado, 29 de agosto de 2009

Vai ser assim um dia

Não sei quanto tempo eu estava naquela posição, certamente seria capaz ficar a eternidade assim, deitada em seu peito, ouvindo o bater do seu coração, sentindo seu calor. Seus braços me envolviam como correntes de veludo, ao mesmo tempo que protectores eles eram delicados e gentis.
Jamais entenderei a nossa ligação, desde o dia em que nos conhecemos, várias correntes eléctricas começaram a passar pelo meu corpo. Seu olhar consegue realmente me deixar sem fôlego, toda vez que ele me beija, é como se o mundo parasse de girar, e eu começasse a girar em volta dele, um simples roçar da sua mão da minha, é capaz fazer que as correntes eléctricas andem a todo vapor dentro de mim.
É como se ele fosse o meu sol, e tudo que eu fizesse fosse manter a minha órbita em volta dele. Não me importava com mais nada, a não ser fazê-lo feliz.
Quando me lembro de como tudo começou entre nós, é impossível não rir. Eu realmente pensava que ele era o meu maior inimigo, desde a primeira vez que eu o vi, senti algo diferente, - hoje é óbvio que o que eu senti por ele de imediato, era de alguma forma, amor. Mas antes, eu me confundi completamente, não sabia o que eram aquelas correntes todas, não sabia como ele conseguia me fazer desfalecer com um olhar, não era possível alguém exercer tanto poder sobre mim, portanto, eu resolvi odia-lo, era a coisa mais fácil a se fazer. E de alguma forma incrívelmente maravilhosa, ele sentiu o mesmo por mim, inacreditável, ele me odiava também! Eu não conseguia ficar um dia sem vê-lo, claro que eu usava o pretexto das nossas brigas para isso, mas eu sempre queria estar perto dele, tinha que permanecer em minha órbita, eu mal percebia, mas nada mais tinha sentido sem ele. Cada dia que se passava, eu o odiava mais, eu precisava mais dele, eu o queria mais, eu o desejava mais, eu estava mais viciada nele, e por um golpe de sorte, ele parecia estar na mesma freqüência que a minha. Era absolutamente lindo todas as vezes que brigavamos, e ele me olhava com aqueles olhos castanhos chocolate, completamente intensos, e cheios de raiva, cheios de compaixão, cheios de beleza. O melhor de tudo, eram os motivos que arranjavamos para brigar, era sempre sobre a minha segurança (eu estava sempre caindo em algum lugar, sendo mordida por alguma coisa, ele sempre me 'salvava'), ou sobre a falta de atenção dele para mim! Eu desde o ínicio reivindicava seus olhos nos meus. Entre tudo que vivemos, o mais incrível foi quando percebemos que acabamos nos apaixonando, lembro como se fosse hoje, um dia chuvoso, daqueles que nos fazem entrar em depressão, não tinhamos nos encontrado naquele dia, eu estava angustiada, alguma coisa me incomodava e eu não sabia o que era, foi quando eu sai de moleton e calça jeans, para andar na chuva, sem destino, sem pensar, fui parar na casa dele, ele estava com uma rosa na sua mão, sentado em frente ao portão, de baixo do telhado da garagem, quando nos vimos, foi como se um raio estivesse caído na minha cabeça, eu não conseguia me mexer, eu não fazia nada que não fosse olhar para ele, até que ele disse "Eu não sabia como te dizer isso, mas queria que fosse hoje, não sei o que você está fazendo aqui, toda encharcada, mas eu te amo". Nunca senti nada como naquele momento, tudo em minha volta parou de se mexer, a chuva parou de cair, o vento parou de dançar, a unica coisa que eu fiz foi correr para o beijar.
Não sei quanto tempo eu estava naquela posição, certamente seria capaz ficar a eternidade assim, deitada em seu peito, ouvindo o bater do seu coração, sentindo seu calor. Seus braços me envolviam como correntes de veludo, ao mesmo tempo que protectores eles eram delicados e gentis.

Um comentário:

  1. MA-RA-VI-LINDO! amei! quase chorei! Acho digno de publicação!

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